"Dakar continua a dar prejuízo de milhões"
"Já reembolsámos alguns dos pilotos que tinham previsto competir na edição de 2008 do Rali Lisboa-Dakar . Estas mesmas indemnizações já atingiram um montante que se situa, no presente, entre os 15 e os 16 milhões de euros, mas os prejuízos totais, resultantes do cancelamento da competição, são bastante mais elevados e ultrapassam, claramente, os 15 a 16 milhões de euros."
A confissão pertence a Etienne Lavigne, o patrão e responsável máximo da Amaury Sport Organisation (ASO), e foi feita durante uma entrevista divulgada ontem pela agência de notícias gaulesa France-Presse. Segundo Etienne Lavigne, elemento dos quadros da empresa francesa que tem a cargo a responsabilidade pela organização da mais importante e mítica prova do todo-o-terreno mundial, os números falam por si. "Os prejuízos são enormes! Ainda não posso precisar ao certo, neste momento, o valor exacto relativamente aos referidos prejuízos. Mas posso dizer que estamos a falar de dezenas de milhões de euros", admitiu Etienne Lavigne.
Já quando confrontado sobre o figurino de um futuro Dakar em 2009, Etienne Lavigne respondeu com reservas: "O Dakar é um evento único, de uma aventura sem igual ao nível do desporto automóvel. Em breve haverá novidades no que diz respeito ao percurso do rali para 2009. A decisão final será comunicada dentro de alguns dias ou semanas", prometeu o máximo dirigente da ASO.
Embora Etienne Lavigne continue a recusar-se a desvendar as novas rotas do Dakar - que ao que tudo indica vai mesmo deixar de ter o continente africano como ponto de passagem -, o Governo do Chile, país da América do Sul, não perdeu tempo, tendo já manifestado publicamente a intenção em acolher o evento.
"Temos [Chile], já nesta fase, 95% de condições asseguradas no sentido de podermos organizar o rali Dakar em 2009", garantiu Francisco Vidal, porta-voz do Governo do Chile, na última quinta-feira. "Estamos disponíveis para o Dakar", reforçou em seguida Francisco Vidal.